domingo, 25 de abril de 2010

Tava esses dias de bobeira, zapeando a tv na tarde, quando me deparo com um debate sobre relacionamentos. Dos bons, já me assanho, diversão pura. Melhor que esse só o concurso de Miss São Paulo na Band (o elenco inteirinho, com miss e tudo, só não foi contratado imediatamente para o cast de humor da MTV, porque a MTV não banca).
Então... o debate abre com um psicólogo recém formado que já de cara sai enfatizando a "importância de se ter um amor", seguido evidentemente pelas outras debatedoras que provaram por a mais b seus pontos de vista, chegando miraculosa, e esquizofrenicamente, na questão das tais pulseirinhas...
Quase no finalzinho, o jovem mencionado traz a questão das mulheres que amam como loucas, e o perigo de se jogarem em relacionamentos internéticos que ninguém sabe onde vão parar.
Durante todo o tempo, nenhum mostrou qualquer conhecimento baseado numa sincera curiosidade, que levaria, decerto, a uma boa pesquisa. A questão central era mostrar o quão desequilibrado estamos e de como os pais não estão preparados para lidar com a modernidade. Nem eles.

Quando eu fazia esse tipo de programa, lembro que o pessoal da produção sempre dizia para a gente usar esse expediente "hard" se a coisa não estivesse funcionando ao natural, digamos.
Nem vou dizer porque deixei de participar.

A questão porém que queria trazer é outra, é justamente essa "suposta necessidade" de se ter relacionamentos. Principalmente para as mulheres.
Acho que, por exemplo, para cada Dia dos Namorados, deveria ter o Dia do Eu, que festejaria a alegria de se viver na própria companhia!
Porque não há superação maior do que se viver na solidão. Você faz idéia de quantos pensamentos geniais, quantas sacações pode ter sem alguém a lhe podar, a lhe chamar a atenção para o que você não viu?...
Não, por favor, não me venha lembrar das venturas. Sim, é óbvio que as conheço.
Mas você conhece mesmo a felicidade de perceber que depois de alguns aninhos sem parceiro fixo está pensando mil vezes melhor? cresceu como em nenhuma outra época de sua vida? Não sei se os homens amarram o passo quando vivem com mulheres, mas mulheres certamente se boicotam e aceitam certas humilhações (que nem sempre parecem como tal), em nome do... AMOR!!!
Que é uma coisa cansativa e enjoada. Só é lindo enquanto dura. Confesso que pessoalmente tenho enorme dificuldade em pensar o que vou fazer na sexta feira quando tenho namorado. Vejo as pessoas se preparando para a balada e... Nossa, como é bom estar sozinha e sair por aí, e voltar, e poder escolher se quero ou não ficar ou seguir, como o mocinho daqueles filmes de cowboy. Ou a Mulher Gato! Uauh!!!!
Miaaaauuuuu!!!

9 comentários:

  1. e eu, por ai, sem saber desse texto lindo por aqui. esperava um email seu e ... vou ler um pouco, a bruxa. rs
    .
    passou-me na cabeça um papo entre amigas sobre
    a solidão e como homens e mulheres as encaram. se entre mulheres, a diferença é enorme, imagina entre o homem e a mulher.

    .eis que a psicóloga do grupo pergunta porque não discutirmos a solidão - enquanto conceito. foi demais. o bando das quatro outras mulheres caiu na gargalhada e com suas razões.
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    logo você, aqui e agora? não estavam discutindo teorias em salas de aula, seminários ou qualquer outro espaço próprio para a proposta dela. estavam na mesa de um bar tomando sua cerveja e o que menos queriam era teorizar sobre alguma coisa.
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    e, ali entre nós, as formas de encararmos cada
    uma, a sua solidão, era imensa mas focada em dois tipos: as que não conseguiam ficar sós e as que conseguiam. e essas últimas eram duas. as outras três, incluindo a psicóloga, assumiam que não conseguiam e o que faziam pra
    que a solidão não batesse às suas portas.
    .
    ao final, muita história contada e muita risada. as que não conseguiam ficar sós eram as mais falantes, contando seus meios. e as duas outras iam instigando pra saberem mais e mais. e dá-lhe cerveja!
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    até que veio a pergunta inesperada: - o que vamos fazer depois que sairmos daqui? dormir,
    assistir a um filme, dar um rolê e nada mais?
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    - porque não? e uma se abriu com o - ah! queria estar com alguem. - hum! alguém ou qualquer alguém? - está nos escondendo alguma coisa? - conta, vai! -ah, com alguém. sei lá.
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    - respeitadas as diferenças sobre a solidão batendo à porta do peito da mulher, cada uma foi pro seu canto.
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    encontros esparsos entre uma e outra e sempre essa noite voltava a ser lembrada. e acredito que todas dela vão se lembrar. mas cá comigo, concordo com você. não deixaria, se pudesse, de inventar esse dia do "eu me amo". gostaria de ver como qualquer pessoa se comportaria nele. seria mais um dia "comercial" como o é o dos namorados, em q beijos são supostamente
    mais prolongados, os carinhos mais ofertados
    e as palavras mais doces do que em outros dias? sorrio. não rio, porque nessa já entrei.
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    eu suponho que o dia do "eu me amo" talvez
    seja o dia em que nos sentimos abandonadas. sim! abandonadas. porque nele nos deparamos com a força do "nosso eu" frente ao que nos combate e abate.
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    pode não durar um dia só. pode prolongar-se por mais tempo, mas a gente resiste, por mais que a gente se encontre no chão, buscando uma bengala ou um corremão para nos levantar.
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    e a mulher que é vida, faz vida, assume vida, ela sabe que vai se levantar. é a que se expõe
    e a que dá a cara a tapa por seus valores de mulher guerreira que é. e já que viveu tantas,
    uma ou outras mais, sabe que virão. é para muitos e muitas banais, a mulher na contra-mão.
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    essa, sabe lidar com a solidão, mesmo que não a mereça. é coisa assim, tipo, seu ganha-pão.
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    só que se esquece que de vez em quando precisa
    e merece outra mão. danada de birrenta que ela é. como bate o pé!
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    torço por essas. um beijo, rose.

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  2. Confesso que não tenho muita prática neste assunto de relacionamento.Tive poucos significativos ou muitos sem significados nenhum.Requer uma competência que assumo não ter.
    Só na idealização tive parceiros legais,companheiros,que me traziam paz.Na real,depois do prazer passageiro confesso que tinha uma certa pressa de dormir sozinha e esparramada em minha cama.Ligar correndo para os meus amigos,estes sim ,meus cúmplices.
    Não sei na realidade se minha solidão no quesito falta de parceiro,advém de incopetência,neurose,medo ou falta de sorte.Mas que eu gosto da minha liberdade eu gosto sim.Se o preço dela é a solidão,então tá pago.

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  3. suzana,
    .
    hoje, eu e rose trocamos belas palavras sobre você. vê que as mafaldas compartilham vidas.
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    você usou a palavra certa e seu preço: a liberdade vale muito. mas tem horas que vem com aquele: como dói!
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    não abra mão da sua, amiga.

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  4. Depois de um tempo, Rúcula, não dói. Vira festa. A gente apenas tem que se livrar dos condicionamentos impostos, da idéia de que a mulher para ser feliz precisa amar e ser amada. Basta de Belas Adormecidas! NY go NY go NY go NY go NY go Ny go NY!!!!!!!!!!!

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  5. Rúcula,é verdade as vezes dói sim.Principalmente domingo fim de tarde,ou quando tenho uma grande conquista e não tenho com quem compartilhar.Mas daí coloco uma Alcione ou Zeca Pagodinho e logo passa.
    Se quero curtir mais um pouquinho a solidão,daí escuto Nana cantando Dolores....

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  6. Pára de mexer na ferida, guria! Põe aí um Metalica, Ratos de Porão, hard core!!!!!!
    Aliás, descobri q Metalica é ferpeito pra dia de faxina.

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  7. Hum!...sinceramente não sinto a menor falta do tão aclamado "relacionamento sólido"...pra mim já deu...
    Meu estado cívil = FELIZ!
    Gosto da minha liberdade, e a solidão se faz necessária, faz parte da liberdade que conquistei!
    Complicada e perfeitinha...sou dessas...
    Ah!...sou rock na veia...rs

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